Beijo, Cony. ;D
Em 1836, foi publicado Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, livro de poemas considerado o ponto inicial da renovação românticada da literatura brasileira. O Romantismo, que se estendeu até 1881, foi o primeiro movimento da chamadaEra Nacional da nossa literetura; assumiu, por isso,a tarefa de criar uma arte literária autenticamente brasileira, capaz de expressar as pecularidades do país recém-libertado. Como pregavam a valorização do elemento elemento nacional e população em detrimento do universalismo clássico, as idéias do Romantismo harmonizaram-se com os ideais nacionalistas dos primeiros românticos brasileiros.
Embora pareça estranho que um grupo de nacionalistas desemvolvesse suas atividades em Paris, devemos lembrar que esses intelectuais eram geralmente lusófobos, ou seja, pregavam o repúdio aos valores culturais portugueses. Buscar idéias e procedimentos na França era, portanto, uma forma de afirmar a independência em relação a Portugal.
A obra poética de maior espressão da primeira geração romântica foi produzida por Gonçalves Dias, que não participou das atividades do grupo parisiense.
A contribuição dos teóricos europeus, o nacionalismo ufanista pós-1822 e as viagens para o exterior de uma jovem intelectualidade - nascendo daí o famoso sentimento do exílio - fornecem o quadro histórico onde aponta a primeira geração romântica. O apogeu da mesma ocorre entre 1836 e 1851, quando Gonçalves Dias publica Últimos cantos, encerrando o período mais fértil e criativo de sua carreira.
Mas afinal o que é A primeira geração do Romantismo?
Essa geração é nacionalista, indianista e religiosa. O indianismo brasileiro teve várias fases, começando por Anchieta (indianismo Barroco), Basílio da Gama (indianismo arcádico), ainda o indianismo exótico importado, o indianismo popular folclórico, o indianismo português, o indianismo romântico e o indianismo cultural, até que chega o indianismo gonçalvino ( de Gonçalves Dias).O índio estava dentro de Gonçalves Dias, em seu sentimento, na sua imaginação poética, estivesse ele no Brasil ou em Coimbra. O seu índio dos poemas líricos ou épicos seria índio mesmo, e não índio de cartão postal. Sua obra indianista está contida em Poesias Americanas, que são: "Canção do Exílio", "O Canto do Guerreiro", "O Canto do Piaga", entre outras.Outro representante dessa geração é José de Alencar, que escreve não somente sobre o índio mas sobre o Brasil como um todo, dos campos e das cidades, dos negros e dos índios, da burguesia e do povo e encontra sua própria dimensão, sua íntima razão literária. É a partir de seu exaltado romantismo que os futuros literatos do Brasil, irão traçar as diretrizes para a aquisição de um estilo nacional.
*O Indianismo Brasileiro
Foi uma das principais tendências . A vida e os costumes dos índios sempre despertaram curiosidade. Assim como o romantismo europeu valorizava o passado medieval, romantismo brasileiro passou a resgatar seus valores e assim o índio foi visto como o passado histórico nacional. O índio foi encontrado como o verdadeiro representante da raça brasileira. essa simpatia também foi conseqüência do trabalho de conscientização feito pelos jesuítas. Como exemplo de autor e obras indianistas podemos citar:
O autor José de Alencar em 1835 publicou o livro Iracema que descreve a história de uma índia que se apaixona por um guerreiro branco e muda totalmente o rumo de sua vida . O livro é um clássico, que até hoje é estudado quando queremos nos aprofundar no romantismo e conhecer como o tema era abordado nos livros com tema indianista.Há também o livro O Guarani , que é o mais importante dos livros históricos de José de Alencar , em que vulgarmente podemos dizer que Alencar 'inverte' a história de Iracema, e conta a história de uma branca e de um guerreiro indígena que se apaixonam e vivem a lenda de Tamandaré.
1. GONÇALVES DE MAGALHÃES (1811-1887)
Obras: Suspiros poéticos e saudades (1836); A confederação dos tamoios (1857)
A Gonçalves de Magalhães coube a precedência cronológica na elaboração de versos românticos. Suspiros poéticos e saudades é a materialização lírica de algumas idéias do autor sobre o Romantismo, encarado como possibilidade de afirmação de uma literatura nacional, na medida em que destruía os artifícios neoclássicos e propunha a valorização da natureza, do índio e de uma religiosidade panteísta.
No entanto, faltava a Magalhães autêntica emoção poética para tornar efetivas suas teorias. Em sua obra ele afirma:
Meus versos são suspiros de minha almaSem outra lei que o interno sentimento.
Isto, porém, não encontra correspondência nela mesma. Os sentimentos são apresentados de uma maneira retórica, freqüentemente "despoetizados" por imagens de mau gosto:
Nas veias o sangue já não me galopa,em sacros furores nos lábios me fervem;A lira canora do cisne beócio,deixei sobre a trípode.
Submetida à primeira e dura revisão crítica, com José de Alencar denunciando o artificialismo de sua composição, a obra de Magalhães começou a ser relegada a um plano secundário. Sob pseudônimo, o próprio Imperador sai em defesa de seu protegido, mas os argumentos de Alencar eram irrefutáveis. Restava-lhe a importância histórica, e esta era incontestável. O Romantismo fora introduzido por ele:
Triste sou como o salgueiroSolitário junto ao lagoSuspirar, suspirar...Tal é o meu fado!
Obras: Primeiros cantos (1846); Segundos cantos (1848); Sextilhas de frei Antão (1848); Últimos cantos (1851); Os timbiras (1857).
Filho de um comerciante português e de uma mulata que viviam em concubinato, Antônio de Gonçalves Dias nasceu em Caxias, no Maranhão. Quando o menino tinha seis anos, o pai casou-se com uma moça branca e proibiu o filho de visitar a mãe, que se reencontraria com o filho apenas quinze anos depois. Antônio cresceu trabalhando como caixeiro na loja do pai e teve uma boa educação, sendo enviado com quatorze anos para Portugal. A morte do pai, no mesmo ano, trouxe o rapaz de volta ao Maranhão, porém a madrasta cumpriu a vontade do marido quanto ao filho e mais uma vez o futuro poeta foi mandado para Coimbra. No início de 1845, retornou à sua província natal, já formado em Direito. A sociedade de São Luís o recebeu bem e ele conheceu então aquela que - algum tempo depois - seria o grande amor de sua vida, a jovem Ana Amélia.
Antes da eclosão desse amor extremado, viajou para o Rio de Janeiro, onde se radicaria. Virou professor de Latim no Colégio Pedro II e lançou, com notável repercussão, os Primeiros cantos e os Segundos cantos. De imediato, obteve a proteção imperial, ocupando diversos cargos de importância nas áreas de pesquisa escolar e de busca de documentos históricos. Em visita ao Maranhão reencontrou Ana Amélia e a pediu em casamento. A família da moça recusou o poeta, alegando a sua origem bastarda e mulata. Exasperado, casou-se com Olímpia Coriolana, provavelmente a primeira mulher que encontrou depois da recusa e com a qual viveu um casamento infeliz. Viajou muito pelas províncias do Norte e pela Europa, sempre a serviço. Afetado pela tuberculose, tentou a cura na França. Desenganado pelos médicos, retornou num cargueiro que naufragaria, já nas costas do Maranhão. A única vítima do naufrágio foi o poeta, que contava então quarenta e um anos de idade.
No prefácio do livro de estréia, Primeiros cantos, ele define a liberdade métrica e a variedade temática que dominam a sua lírica:
Muitas delas (as poesias) não têm uniformidade nas estrofes, porque menosprezam regras de mera convenção; adotei todos os ritmos de metrificação portuguesa, e usei deles como me pareceram melhor com o que eu pretendia exprimir. Não têm unidade de pensamento entre si, porque foram compostas em épocas diversas - debaixo de céu diverso - e sob influência de impressões momentâneas.
Sua obra se articula em torno de três assuntos principais: o índio ,a natureza e o amor impossível .
Poesia indianista
O nacionalismo de Gonçalves Dias não se klimitou a enaltecer as belezas da paisagem brasileira. A valorização da cultura brasileira foi trabalhada de maneira mais consistente na chamada poesia indianista, em que o índio brasileiro e sua forma de vida são adotados como tema literário.
Essa pesquisa das origens da nacionalidade brasileira integrava-se aos esforços românticos de construção de uma cultura autêntica e única. Adotar o índio como tema literário era, portanto, uma forma de valorizar o elemento nacional. Os românticos brasileiros, no entanto, submeteram o índio a um processo de deformação idealizante, conferindo-lhe um comportamento semelhante ao que os escritores europeus enxergavam nos cavaleiros medievais que povoavam suas narrativas históricas. Essa deformação parece ter brotado da necessidade de encontrar para o Brasil um passado tão nobre quanto a Idade Média teria sido para a Europa.
Gonçalves Dias não conseguiu evitar essa tendência de idealização do índio, apresentando-o como um cavaleiro vestido de penas. Apesar disso, seus poemas indianistas não deixam de ter muitos méritos. No mais famoso deles, "l-Juca-Pirama", Gonçalves Dias desenvolve um belo trabalho de variação métrica: os efeitos rítmicos alcançados são memoráveis. O poeta planejou também um épico indianista, espécie de "llíada americana": Os timbiras. Dos dezesseis cantos planejados, apenas quatro foram impressos, alternando momentos de boa poesia com prosa metrificada.
Sites:
www.cartografia.eng.br/sandraperes/academico/romantismo.php
http://www.ligfast.com.br/educaçao/index.php?act=leitura&codigo=999&secao=88
Livro:
Curso de Literatura de Língua Portuguesa - Ulisses Infante
Pintura (Exéquias de Atalá) de Augusto Rodrigues Meireles
http://www.pitoresco.com.br/laudelino/aug_rodrigues/rodrigues.jpg
Gonçalves Magalhães
http://www.biblio.com.br/Templates/biografias/goncalvesdemagalhaes.gif
Gonçalves Dias
http://www.larramendi.es/Poligrafos/Imagenes/goncalves_dias.jpeg